Notícia Integral da Revista Business Portugal:
P. Para que os leitores da Revista Business Portugal a possam conhecer, conte-nos o seu percurso profissional até chegar à Off/On.
A minha formação base é na área da Psicologia, com espe- cialização na Consulta Psicológica, Desenvolvimento Vocacio- nal e Gestão de Carreira, com jovens e adultos. Esta é a minha grande paixão e, após ter a oportunidade de trabalhar em várias organizações, que me permitiram adquirir mais competências e conhecimentos, percebi que faria todo o sentido criar a Off/On, numa perspetiva clara de afirmação da Psicologia e da Gestão de Carreira, junto dos indivíduos, das organizações e das empresas. Este foi um projeto pessoal que conquistou a restante equipa, hoje composta por mais cinco mulheres, cada uma com a sua especialização.
P. Quais são as principais áreas onde intervêm?
Na área da Psicologia Clínica com crianças, jovens e adultos, no Desenvolvimento Vocacional e Acompanhamento e Gestão de Carreira com jovens e adultos. Por outro lado, trabalhamos com as empresas e organizações, no âmbito do recrutamento e seleção de recursos humanos. Dado o nosso know-how, torna-se mais fácil selecionar o melhor candidato para a empresa que está a contratar, bem como para a função que irá executar. Este matching é muito importante. Ainda neste eixo de intervenção das empresas, contribuímos para a promoção do bem-estar dos colaboradores, através dos vários programas de formação que realizamos. Não é novidade que a saúde mental é fundamental na produção dos indivíduos e, consequentemente, nos objetivos das organizações. A Psicologia tem muito que dar à sociedade e, no nosso caso, acho que aquilo que nos distingue é a proximidade, tanto dos indivíduos como das organizações.
P. Algo que também vos diferencia é o facto de disponibiliza- rem os vossos serviços em inglês. Como surgiu esta vertente bilingue?
Temos alguns projetos de investigação e projetos profissionais com outras culturas, portanto foi algo que surgiu naturalmente. Nós próprias somos chamadas a investir cada vez mais na nossa formação fora de portas e, vivendo numa era global, muitas vezes, fazemos Aconselhamento Carreira e Consulta Psicológica com pessoas que não estão em Portugal ou não são cidadãos portugueses.
P. E ainda fazem acompanhamento de mulheres durante a gravidez…
Essa é uma área muito específica, que estamos a implementar este ano. O objetivo é, claramente, apoiar a mulher neste momento tão complexo, de transição e torná-lo perfeitamente aceitável nas diferentes vertentes: pessoal, profissional e social. É um acompa- nhamento para, mais uma vez, desmistificar. Nada é complicado se nós conseguirmos desmontar todas as dimensões inerentes a esta condição, sabendo que cada caso é um caso.
P. Ainda existe estigma à procura de ajuda de um Psicólogo?
Trabalhamos com afinco para combater essa situação, não é sinal de fraqueza procurarmos ajuda especializada quando nos sentimos em desequilíbrio. Acho que temos dado grandes passos a esse nível e a Ordem dos Psicólogos tem trabalhado bastante o conceito da importância de promovermos a saúde mental. Procurar ajuda de uma pessoa especializada na área da saúde mental é um empoderamento. Devemos conhecer-nos melhor, trabalhar as nossas emoções, aceitar-nos e estar cada vez mais conscientes de que a parte emocional é igualmente importante como a dimensão física. Devemos colocar a nossa mente ao serviço do nosso corpo.
P. As consultas de Psicologia podem, de facto, mudar e me- lhorar a vida das pessoas…
As consultas de Psicologia são uma excelente forma das pessoas se conhecerem melhor a elas próprias e melhorarem as suas vidas. Através de processos psicológicos, é possível encontrarem, em si mesmas, ferramentas para lidarem com os seus problemas e desafios que estão a experienciar. Para tal, é fundamental a intervenção de um técnico especializado em saúde mental. Não tenho dúvidas que se investíssemos mais em áreas como a Psicologia, teríamos um notório decréscimo no consumo de ansiolíticos e antidepressivos em Portugal.
P. As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento da Off/On?
Sim, sem dúvida. Acho que um dos nossos maiores trunfos foi perceber que, através das parcerias, conseguiríamos chegar mais além. Os nossos parceiros identificam-se com os nossos serviços, vão-se impactando connosco e ajudam-nos a evoluir. Mesmo trabalhando na mesma área de negócio, acreditamos que nos po- demos complementar. As parcerias têm sido uma mais-valia para o nosso negócio e é aqui que nos queremos situar, colaborando com cada vez mais empresas e organizações, porque é neste tecido empresarial que queremos continuar a colaborar.
Qual a importância da inteligência emocional nos negócios?
A inteligência emocional é uma soft skill do século XXI, cada vez mais falada. Permite-nos analisar, de uma forma mais cautelosa e racional, os passos que damos. Como já disse, conhecer as emo- ções é fundamental e se nos conhecermos bem a nós próprios, a inteligência emocional será uma excelente ferramenta nos negócios. Os líderes e gestores que tenham os seus índices de inteligência emocional aumentados vão ter equipas de sucesso, há inúmeros artigos a referi-lo.
Sendo a própria Doutora Mariana uma mulher líder, acha que inspira outras mulheres?
Eu acho que o facto de as mulheres quererem ir mais além será sempre um fator motivacional para todas. Acho que todas nós temos alguém que nos inspirou e/ou alguém com quem nos identificamos e nos faz sentir que podemos sair da nossa zona de conforto. Isto tanto vale para mulheres como para homens, mas se calhar as mulheres ainda têm mais barreiras a ultrapassar. Mas a verdade é que me parece que podemos claramente fazer a diferença na sociedade em que vivemos, precisamos de mais mulheres em cargos de liderança e de chefia.